A morte que respira
Em nós é um pífano
Afinando nossas veias
Para tocar a vida
de pronto
No inverno a vida também segue
debaixo da terra com a semente
Ainda no eterno, onde não alcanço
Ela deve caminhar, talvez mais lento
Ainda que distantes e sem tez
Nos damos as mãos no horizonte
E procuramos dar um sentido
Para os sopros.
Por isso os pífanos derramam-se
juntos em Caruaru, numa prece
Por isso meu cajueiro
quer dar flor e caju todo dia
O canto que assopra
de um lado com vida
Chega do outro
no fim
do pífano
Em dó
menor
e os filhos crescem
na primavera
tecendo as notas
que ficaram
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