terça-feira, 12 de junho de 2012

a hora das coisas
é bendita
mas é muito particular.

quando acontece
ninguém acredita.
será que o tempo de ser
vai passar?

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Confidências

Um dia roçou minhas mãos,
mas escorreu
não como água,
como luz.
Porque ele tinha no semblante
a juventude fresca,
tinha que ir
e ia rápido
e iluminado.

Seu sorriso ia antes,
encantando os lugares.
Sua mente fazia conexões
dignas de um aquariano,
já seu coração,
decerto amava como um leonino.

eu,
não era fogo, nem ar.
eu,
já tinha ido.

Sentada em minha cadeira de balanço
com os cabelos escorrendo meus ombros,
os ventos sopravam às vezes,
meu ouvido sentia!
O horizonte, horas até tinha meu olhar.

Tecia a malha de lã
como alguém que já sabe
que Moira vem.

Quê de meus olhos fundos poderia doar ao andarilho
devorador de estradas margens viajantes?

Meu caminho suspenso.
Ele, tão propenso a abraçar.
Lua prateava minha alma.
Sol embraseava
peito dele.
Aquele moço alto
de volúpia nos lábios
de braços tão largos
prontos para abarcar o mundo.
De mente tão hábil
pronta para agarrar
as ideias,
pronta para escrever ideais.

Os meus,
esquecidos,
entre os óculos.
Risquei a caixinha de fósforos
para abraçar meu coração.
Minha alma já não pertencia mais,
o vento me arrepiava
naquele deserto,
naquele lugar nenhum
ele seguiu.