eu fito o mar
eu me disperso
eu busco motivos
eu desço de mim
eu caio de mim
eu minto para mim
queria brincar de ser mar
pra transar com o céu
e ser tanto
e ser fluido
e transbordar
o mundo no mundo
no céu
quebro meu veleiro
disperso-me em motivos
fatos corriqueiros
me padecem
desfaço o mar
acendo uma vela
torturo-me em meu mar
rasgo as cartas
com as velas
bebo o mar
transo com as trevas
carrego um vidro de fel
em mim
abril 99
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Música: No Ventre da Mulher
Você não sabe o que carrega
no ventre uma mulher...
é um maremoto, é uma força, é um desatino
é a imensidão, é uma estrela, é o destino
é o ódio, é o amor, é a herança
é a paz, o equilíbrio, a esperança
é o eco, é uma voz, é o porvir
é a semente, o permanente, o ir e vir
são todas emoções, a voracidade, a proteção
a certeza, o caminho reto e a contradição
É por isso que você não pode
compreender uma mulher
porque no ventre ela carrega
um mundo inteiro, todo de uma vez.
um mundo inteiro, todo de uma vez.
um mundo inteiro todo de uma vez.
no ventre uma mulher...
é um maremoto, é uma força, é um desatino
é a imensidão, é uma estrela, é o destino
é o ódio, é o amor, é a herança
é a paz, o equilíbrio, a esperança
é o eco, é uma voz, é o porvir
é a semente, o permanente, o ir e vir
são todas emoções, a voracidade, a proteção
a certeza, o caminho reto e a contradição
É por isso que você não pode
compreender uma mulher
porque no ventre ela carrega
um mundo inteiro, todo de uma vez.
um mundo inteiro, todo de uma vez.
um mundo inteiro todo de uma vez.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
crescente
a bomba vai explodir
e vamos todos morrer
nesses minutos de espera
a vida passa a ser insignificante
porque o tempo dela já foi
e vamos todos morrer
nesses minutos de espera
a vida passa a ser insignificante
porque o tempo dela já foi
domingo, 22 de agosto de 2010
do meu tamanho
outro dia
dormi no banheiro
não podia ser no quarto
era digno demais
mas levei
a coberta e o travesseiro
ser pequeno era qualidade
trouxe-me um tanto de alento
do tamanho da minha metade
me abarcava por inteiro
o quarto,
grande
denunciava-me
não caberia nele
o banheiro, sim
justo, companheiro
um continha
meus segredos
o outro, era ruim
revelava todos eles
dormi no banheiro
não podia ser no quarto
era digno demais
mas levei
a coberta e o travesseiro
ser pequeno era qualidade
trouxe-me um tanto de alento
do tamanho da minha metade
me abarcava por inteiro
o quarto,
grande
denunciava-me
não caberia nele
o banheiro, sim
justo, companheiro
um continha
meus segredos
o outro, era ruim
revelava todos eles
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Vão Danado
Acabou a luz na Vila.
Desabou via no mundo.
Minha mão que fazia estrela
hoje se esconde no escuro.
Coração fechou com ela,
mas tem vão que passa mudo.
Um vagão que se disfarça
no buraco do escuro.
Quem ri é a Maria Fumaça
que passou sem um barulho.
Quem ri é a Maria Fumaça
que passou sem um barulho.
Agora ela fervilha
e solta fumaça em tudo.
O que faz meu coração
que não tem sequer seguro?
O que faz meu coração
que não tem sequer seguro.
Este vão não percebido
é a traição do escuro.
Que contém a minha alma
e que sabe de tu do.
Que contém a minha alma
e também meu ab surdo.
Desabou via no mundo.
Minha mão que fazia estrela
hoje se esconde no escuro.
Coração fechou com ela,
mas tem vão que passa mudo.
Um vagão que se disfarça
no buraco do escuro.
Quem ri é a Maria Fumaça
que passou sem um barulho.
Quem ri é a Maria Fumaça
que passou sem um barulho.
Agora ela fervilha
e solta fumaça em tudo.
O que faz meu coração
que não tem sequer seguro?
O que faz meu coração
que não tem sequer seguro.
Este vão não percebido
é a traição do escuro.
Que contém a minha alma
e que sabe de tu do.
Que contém a minha alma
e também meu ab surdo.
música: Fogueira do Vazio
O vazio tá cheio do escuro
intenso, doido, imenso.
Sem fundo vem do submundo
vagabundo, bandido, tenso.
Eu quero folga desse beco imundo
onde ouço o pensar de toda gente.
Eu quero folga desse beco imundo
o vazio quer meu ouvido surdo.
As palavras de ponta-cabeça
como mísseis ecoam o mundo
invadem a minha casa
e me tomam tudo.
A água do vazio fede...
: enxofre
As ruas do vazio pedem...
...sem parar
As fezes do vazio medem
o tamanho que o cheiro do mundo
pode tomar
O vazio tá cheio do escuro...
: o escuro esconde.
O vazio tá cheio do escuro...
: o escuro mente.
Ele faz picadinho da gente
e cozinha no espeto.
Ele faz picadinho da gente
e cozinha no espeto.
Na fogueira do vazio eu enxergo o outro mundo, o outro mundo...
Na fogueira do vazio eu enxergo o outro mundo, o outro mundo.
intenso, doido, imenso.
Sem fundo vem do submundo
vagabundo, bandido, tenso.
Eu quero folga desse beco imundo
onde ouço o pensar de toda gente.
Eu quero folga desse beco imundo
o vazio quer meu ouvido surdo.
As palavras de ponta-cabeça
como mísseis ecoam o mundo
invadem a minha casa
e me tomam tudo.
A água do vazio fede...
: enxofre
As ruas do vazio pedem...
...sem parar
As fezes do vazio medem
o tamanho que o cheiro do mundo
pode tomar
O vazio tá cheio do escuro...
: o escuro esconde.
O vazio tá cheio do escuro...
: o escuro mente.
Ele faz picadinho da gente
e cozinha no espeto.
Ele faz picadinho da gente
e cozinha no espeto.
Na fogueira do vazio eu enxergo o outro mundo, o outro mundo...
Na fogueira do vazio eu enxergo o outro mundo, o outro mundo.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
O amor é sempre eterno
mesmo no inverno
quando você não vem
quando toda vida morre
e tudo na terra dorme
e mesmo depois
o amor fica guardado
ainda depois
da tempestade
depois do apego
e do deixar ir
de passada a dor da saudade
depois do tesão, da traição,
ele ainda está lá,
incorruptível
em cima da montanha
sorrindo para a chuva, para o sol,
para você.
mesmo no inverno
quando você não vem
quando toda vida morre
e tudo na terra dorme
e mesmo depois
o amor fica guardado
ainda depois
da tempestade
depois do apego
e do deixar ir
de passada a dor da saudade
depois do tesão, da traição,
ele ainda está lá,
incorruptível
em cima da montanha
sorrindo para a chuva, para o sol,
para você.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Samba: Flor-de-Mim
Eternamente apaixonada,
cheia de flores...
Eu que fui condenada
a escrever carta de amor,
trago como pena minha dor...
...se meu sangue fosse azul,
deitaria mulher e acordaria poeta.
Sendo assim tão carmim,
deito-me poeta e acordo flor-de-mim.
cheia de flores...
Eu que fui condenada
a escrever carta de amor,
trago como pena minha dor...
...se meu sangue fosse azul,
deitaria mulher e acordaria poeta.
Sendo assim tão carmim,
deito-me poeta e acordo flor-de-mim.
música
Escutes bem
quero ficar,
mas não me olhes
com desdém.
É tão difícil de explicar,
pois tu não sabes de onde vens.
Te entreguei decepção, e sei,
por isso vou pagar...
Aqui contenho meu coração
queria só te abraçar...
Ai, como dói a decisão
sempre se perde uma porção,
e esta parte amputada
vai ser pra sempre calada
viver é desilusão.
Árvore não segue sem raiz
e definha sem o sol,
só a chuva é muito pouco
seria um suspiro rouco
preu depois me desfazer.
Pois sem ti eu sofro tanto,
não cessará o meu pranto,
mas sem mim, não posso ser.
Mas sem mim não posso ser,
mas sem mim,
não posso ser.
quero ficar,
mas não me olhes
com desdém.
É tão difícil de explicar,
pois tu não sabes de onde vens.
Te entreguei decepção, e sei,
por isso vou pagar...
Aqui contenho meu coração
queria só te abraçar...
Ai, como dói a decisão
sempre se perde uma porção,
e esta parte amputada
vai ser pra sempre calada
viver é desilusão.
Árvore não segue sem raiz
e definha sem o sol,
só a chuva é muito pouco
seria um suspiro rouco
preu depois me desfazer.
Pois sem ti eu sofro tanto,
não cessará o meu pranto,
mas sem mim, não posso ser.
Mas sem mim não posso ser,
mas sem mim,
não posso ser.
Espero, espero.
Olho a lua,
escura.
Aqui deste inverno,
caverna.
Olhando para o eterno,
juro.
Costuro estrelas,
brilhos em meu tecido
para amanhecer passarinho
cantando em meu ouvido.
Versos de hoje, histórias de amanhã.
bordados, estrelas.
noite agora, clareia manhã.
Se inverno, à espera do sol,
depois verão,
com todos os olhos de luz,
a verdade.
Olho a lua,
escura.
Aqui deste inverno,
caverna.
Olhando para o eterno,
juro.
Costuro estrelas,
brilhos em meu tecido
para amanhecer passarinho
cantando em meu ouvido.
Versos de hoje, histórias de amanhã.
bordados, estrelas.
noite agora, clareia manhã.
Se inverno, à espera do sol,
depois verão,
com todos os olhos de luz,
a verdade.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
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