quinta-feira, 24 de setembro de 2020

 a vida agita mais

fé na saudade

e na esperança

folhas secas

floresta em chama


Estacionou no inverno

em estado de chocar 

passados e futuros

sem presentes


Os contos saíram dos livros

para assombrar as cidades de dia

Os cantos choraram o circo

de atolar os sapatos na lama


Bunkers de guerra

Sem cartas de adeus

Agonizam na espera

Entre vacinas e chacinas


Suspensos do agora

Nos agarramos no É de manhã...

Gritado alto falante à fora

Num festival de saudade

molhada com gotas de algum

verão



quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Atividades oferecidas na Karentena

Briga deirode Casa: uma viagem através dos espelhos


Curso deTerapiaReversa:

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CorrentedoMao: as linhas de crochê que não quebram


Yoga da Fartura: 7 asanas para não pensar nas suas faturas


BataSó: segurança contra vírus, baixa autoestima e encheção de saco





terça-feira, 1 de setembro de 2020

O cárcere é privado

O cárcere é privado

De algoz invisível

Sem ser vivo

Todo dia mata um pouco

De medo

Todo dia cresce um pouco


O inimigo é zumbi

Detesta sol


O cárcere pode ser uma mansão

Gigante que te oprime

Ou um cubículo minúsculo

Que guarda seus segredos


O cárcere tem paredes de espelhos

E é imparcial


Se o zumbi te come

Ou se sucumbe você

à sua fome

de animal


De animal

De animal


O mundo e suas grades, filosofal

Se o que te mata são os espelhos

Ou de gota pingando o desespero

As máscaras não filtram seu apego


O álcool não destila sua raiva

O sabão não lava as mãos de

Pôncio Pilatos