ver a vida que
não se contém em mim e em si
escorrendo, água
entre dedos vai
margeando encostas
transpassando poros
se demora pouco
num recipiente e
logo vai pra outro
não dá pra conter
mas é pegar ou largar
presente sem fim
passado rápido
no futuro é fluxo
voltado pro nada
serpenteia em mim
ouroboros de novo
Pulsa Pisca e Fim