domingo, 13 de fevereiro de 2011

Tesouro perdido

Sei que tive pressa porque meu íntimo era inquieto e transbordante como pirata que trisca tesouro. Fui até os Confins do Mundo, gastei três botas de ferro. Ele estava lá, radiante, bem no fundo do mar. Esqueci de pedir permissão a Netuno, apressei em apanhar, correnteza levou furiosa.
Voltei ao meu reino, roí três biscoitos de ferro e me recolhi na montanha. Por três anos, cavaleiro inválido? Guerreiro pode se tornar sábio? Gastei três cajados de ferro, posso ir até os Confins do Mundo de novo, pois sou guerreiro, e guerreiro segue sua luta. Mas guerreiro, meu Deus, precisa aprender a rezar.
Sacerdotisa vele meu tempo de espera que o tesouro vem até a beira do mar. Porque tantas vezes, conquistas de espada são em vão e a Roda da Fortuna abençoa quem ajusta e agarra seu tempo com precisão.
Delonga, deserto, de novo, guerreiro aprendendo Eremita, amealhando silêncios, recebendo o tempo, olhando desconfiado para a sabedoria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário