terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Roí três biscoitos de pedra
Gastei três botas de ferro
Amparou-me três cajados de pau
Atraquei nos Confins do Mundo

Amarguei de jiló à água de terra
Com os pés andei do Chuí à Vladvostok
Cantei todos os credos, descri
Debrucei-me no Ganges, voltei ao Oiapoque

Dancei em muito pé de serra
Fugi de mim, fui para Nova Iorque
Sem nascente, olhei para o mar
Retornei num barco de reboque

Sem saber, eu nadava para o norte
amarrei meu barquinho no angar
Era cidade de chão
Era um céu de azulão
Uirapuru me pousou
logo me deu aflição

Uma linda pena ouro
desceu em meu seio
e me amanheceu
Vou me banhar sem receio
com a riqueza de Oxum,
de ouro, de dança, de mel.
Vou me banhar sem receio
com a riqueza de Oxum,
de ouro, de dança, de mel.

Dei de cara com a nascente perdida
jorrando água cantante
cítara límpida
do meu Pássaro de Fogo
orienta e reluz minha vida
seja você minha sina e meu céu
do carmim ao dourado,
da nascente ao poente,
Mergulho minha alma
na sua corrente.

Meu Pássaro de Fogo,
você agora está em mim
e eu em você,
encontro com a gente
e com a gente mesmo
o Numinoso
como sua pena de ouro.




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