sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Se de madrugada eu te procuro
é porque ando buscando meu escuro
e se ao amanhecer a água de meu copo é turva
é porque eu enxergo mais sem luz,
e o terror me habita a tarde inteira
por trás do espelho e das vísceras.
E a nódoa destes ventos intrépidos
vincaram o corpo, dobraram as árvores.
E se você não vê que também somou para esta veste negra e esta vista lânguida
é porque vai semear mais peste pelos campos
e quando o perfume das flores mortas baterem na sua porta,
será um eco longo e certo
pelos canteiros de vento
A morte eterna embalsamará o pranto
no murmúrio dos troncos de todo inverno

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